Mais de dez alunas do segundo e terceiro ano de uma escola pública de Olinda (PE) foram barradas pelo diretor na quarta-feira (26) por estarem vestidas de saia. As alunas são evangélicas da igreja Assembleia de Deus e vestiam saias na altura do joelho.
A reportagem da Rede Globo de Pernambuco foi até a Escola Estadual Padre Francisco Carneiro, localizada no bairro de São Benedito, acompanhar o caso e tentar encontrar uma resposta junto a direção do colégio. O diretor não autorizou os funcionários a se pronunciarem, orientando a produção da emissora a falar com a Secretaria de Educação.
Para o jornalista uma das alunas afirmou que o diretor reclamou do uso de saias e ela afirmou que a vestimenta é uma das regras de sua religião. “Eu disse para o diretor: ‘nós não podemos usar saia, somos evangélicas?’. Ele disse que não ia interferir na religião de ninguém, que podíamos usar saia, mas que queria ver o tamanho da saia da gente. Nossas saias estão bem decentes, estão em um tamanho ótimo”, disse Taylene Batista.
Outra aluna que ficou pra fora da escola foi Thalita Cunha que chorou muito com medo de perder as provas que teria naquele dia. “A gente foi barrada, logo hoje que tenho cinco provas, trabalhos, estudos. Isso aqui é uma escola do governo. Ele devia chamar a gente para dentro, não colocar a gente para fora. Vocês viram que ele fechou o portão na nossa cara”.
A mãe de uma das alunas, Maria José Ferreira, se surpreendeu com a decisão do diretor, pois sua filha estuda no colégio há muito tempo e nunca foi impedida de entrar por causa da saia.
Direção marca reunião com alunas
No final da tarde as alunas foram chamadas para uma reunião com a direção da escola e um Comitê de Fardamento foi criado para solucionar o problema do uso do uniforme escolar.
Para as alunas o diretor explicou que foi um mal entendido do porteiro, que foi orientado a não deixar que meninas entrassem na escola com saias acima do joelho.
A equipe da TV Globo conseguiu entrar em contato com Secretaria Estadual de Educação que garantiu enviar ainda esta semana uma Comissão de Direito do Aluno para apurar o caso. O órgão também afirmou que as provas que foram perdidas pelas alunas serão remarcadas e que o diretor será notificado com uma medida administrativa.
Fonte:Gospel Prime
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